IVAN FREITAS DO NASCIMENTO
BIOGRAFIA
Nasceu no dia 04 de dezembro de 1971 em uma localidade
do interior de Atalaia do Norte, chamado de Rio Itaguaí, conhecido pelos
ribeirinhos como Rio das pedras no seringal do Montilija. Seu pai, um
seringueiro nordestino, Francisco Alves do Nascimento e sua mão, Antonia
Freitas do Nascimento, acreana, filha do capataz do lugar.
Viveu na referida localidade apenas por um ano. Devido
as dificuldades, seus pais, irmãos e irmãs, mudaram-se para Atalaia do Norte e
lá com grandes dificuldades, ficaram por mais um ano. Seu pai, em algumas
vindas a Benjamin Constant, conheceu um Sr. Chamado de Norcel que lhe convidou
para ser caseiro em um sítio na estrada que liga Benjamin a Atalaia. E isso fez
com que sua família viesse morar em Benjamin Constant.
Iniciou sua vida escolar aos 12 anos de idade, em uma
escola publica situada na Av. Castelo Branco chamada de Antonio de Souza Braga,
onde hoje funciona um dos cartórios da cidade. Lá cursou até a quarta série.
Depois dessa fase ingressou na quinta série, na escola Estadual Imaculada
Conceição, na época comandada pelas Freiras da paróquia. Nessa escola concluiu
o ensino médio e formou-se professor.
Mas, sua trajetória em busca do conhecimento não parou
por ai. Após aprovação no vestibular, ingressou no universo acadêmico cursando
e se formando em Normal Superior pela Universidade de Estado do Amazonas. Outro curso que entrou nesse rol de formação
foi o curso de Letras da Universidade Federal do Amazonas em Benjamin Constant.
Curso esse que seguiu até o 9º período e incompreendido em um dos temas de seu
maior domínio e estima “memórias literárias”, por um dos professores de sua
bancada na defesa do seu TCC foi reprovado nessa fase. Isso o fez repensar,
ainda assim, retornou mas, não concluiu o curso.
Contudo, nessa mesma trajetória, já estava cursando o
Curso de Educação Física, o qual, teve plena aprovação e conclusão. Esse curso
trouxe-lhe as melhorias na sua qualificação profissional, pois, mesmo antes de
atuar diretamente na área da educação física, já vinha, de longa data
trabalhando com elementos de expressão e formação corporal. Hoje em dia é
professor licenciado em Educação Física ministrando aulas nas escolas
Professora Graziela Correa de Oliveira e Imaculada Conceição. Atendendo um
público de 13 a 17 anos de idade. Suas experiências como professor de educação
física lhes serviram de inspiração para criação de novos jogos como o
“misturabol e o futsal bagunçado” fornecendo a seus alunos novos formas de
fazer esporte. Em sua trajetória de educador, foi e é um grande
influenciador da motivação intrínseca e
extrínseca humana, através de projetos de intervenção, veio e vem influenciando
diversos jovens e crianças a terem uma oportunidade de mudança de comportamento
e atitudes positivas na escola e na sociedade com implantações de projetos como
Capoeira na escola, coordena o Jiu jitsu na escola e o “Vem dançar” esse ultimo
com uma culminância de um grande Festival de dança na escola. Sua realização
foi na praça Frei Ludovico, no qual comparecem
mais de 3000 pessoas além de 12 grupos de dança. O diferencial desses projetos
é que os próprios alunos são os responsáveis palas ações das aulas isso,
abrindo portas para que os próprios alunos possam dar suas parcelas de
contribuições para a própria escola.
Suas experiências culturais se iniciaram muito sedo. Desde
criança, já acompanhava seu pai Chico Alves nos ensaios das danças folclóricas.
Pode –se dizer que ele, teve participação efetiva desde a primeira JUNPOP –
Festa Junina Popular. Evento esse que infelizmente já está extinto. Mas, era
nessas festas em que ele, bem pequeno, ficava segurando o megafone dos
boca-de-ferro na sanfona de seu pai para
que o som ecoasse pelos ares e o povo dançasse quadrilha.
Foi brincante de diversas danças e por essas
experiências, também se tornou dirigente de algumas, como o Cangaço, Quadrilha
os Pantaneiros a única quadrilha campeã geral da JUNPOP, Dança do Café, dança
do Gambá, Criou e incentivou novos ritmos e danças como: Quadrilha da Copa,
Quadrilha Carambodó, Dança da Vitória Régia, Dança da capoeira-com caráter
folclórico, Quadrilha das Empreguetes, Jevaeh – a dança da cobra grande, Dança
do pescador, Capoeira na roça e o boi mirim do Peti, dança do maculelê, boi
Mimoso, o qual até nas apresentações ainda faz o papel de amo desse boi. Muitas
dessas danças foram criadas em parcerias com outros colegas professores e
artistas locais como: Rúbens Bindá, Alcimar Barbosa, Válber Félix, Claudir
Ângulo, Doido, Andorinha e outros.
Sua formação acadêmica associado as experiências
culturais serviram para lhe incentivar na arte da literatura compôs poemas
como: Enchentes, mulher de beira de rio, pescaria, soneto ao velho Chico,
Caboclo sonhador, Na beira do barranco. Produção de contos: Titanic – de proa a
popa – sexo, drogas e aventura (esse com 59 páginas); A pescaria 01, Cariuba;
Zezão; Francisco e Janaina; A travessia do boca do pedra; A caçada no seringal,
Revolta, Curso básico de capoeira. Todos literatura de gaveta publicados
artesanalmente pelo próprio escritor.
A infância de Ivan Freitas, não foi muito fácil, filho
de família grande e pobre, teve que enfrentar desde cedo o trabalho pesado.
Para ajudar seus pais na manutenção de casa, saia cedo com um isopor de din-din
e uma bandeja de bananinhas fritas ou bolinhos de trigo para vender. Depois da
venda, sempre ficava na beira do rio cuidando as canoas dos pescadores para
levar uns trocados a mais para casa. Também foi padeiro. Acordava as 5:00 h da
manhã e junto com seus coleguinhas saia
batendo nas portas das pessoas para vender seus pães.
Uma fase de sua adolescência foi dividida entre
estudos e trabalhos. Passou a trabalhar na feira como carregador e vendedor de
peixes. Depois, passou a trabalhar como gari, ajudando seu pai na coleta do
lixo da cidade. Mas, apesar das dificuldades investiu nos estudou e atingiu
seus objetivos.
Ainda na adolescência, junto com seus amigos de
infância, Ivan Preto, Quebrado e Nó de
pau fundaram o grupo Happy Estacion – Estação Feliz e depois de muito ensaios e
dedicação venceram diversos concursos de dança e realizaram várias
apresentações nos mais variados ritmos em eventos públicos do nosso município
como o JEAS – Jogos Estudantis do Alto Solimões. Mas, dentre tantos ritmos
dançados o de sua preferência era o Breack dance em meados da década de 80 a 90
depois, em companhia de outros amigos formou o grupos “os cobras de BC”.
Pessoas que compartilharam dessa fase: Preto, Elivan, Diera, Jair, Balau,
Zerlei, Ronni e outros.
A capoeira na vida de Ivan Freitas é um capitulo a
parte. Uma de suas irmãs trabalhava em um barco que fazia linha no trecho
Benjamin – Manaus, isso facilitou para que alguns de seus irmãos fossem morar
na capital. Em uma ida a capital do nosso estado, em companhia da Valda, sua
irmã mais nova, ao passar pela praça do relógio no centro de Manaus, ele viu um
aglomerado de pessoas e um som que o chamava. Curioso como todas as pessoas
recém chegado do interior, correu pra ver o que era. E a imagem de pessoas se
movimentado ao som de um instrumento cujo nome era berimbau, ele ficou
hipnotizado, o sangue nordestino bateu forte e ali ficou por uns tempos, até
que sua irmã o puxou pra irem embora, pois o ônibus já iria sair. Contudo, sua
primeira experiência de capoeira, mesmo sem saber, foi com seu pai (já
falescido). Quando menininho, sempre acompanhava seu pai e em algumas situações
de brincadeiras com seus amigos, podia ver alguns movimentos de pernas que
depois os associou com as rasteiras e a ginga da capoeira e através de livros
passou a praticar sozinho alguns movimentos e os usava em apresentações na
dança do gambá.
Mas, sua prática sistematizada teve inicio em Manaus
com o Mestre Tigre, no clube chamado de Adrelina na Cachoeirinha. Depois que
recebeu sua primeira graduação de capoeira, seu Mestre parou com as aulas e ele
passou a treinar com Mestre Xexéu na época chamado de grupo Palmares que depois
passou a intitular-se de Quilombo, no centro social do Japiim 01. Com o passar dos tempos e sobre a orientação
de seu Mestre, passou a estagiar e ministrar aulas nesse mesmo local. Através
do Mestre conheceu a Professora Deusa e Mestre Chaguinha, pessoas que tiveram
forte influencia em sua aprendizagem.
Conciliava os treinos de capoeira com seu trabalho de
montador na empresa Gradiente, onde também fez parte da equipe de voleibol
dessa referida empresa. Mas, a saudade de casa era grande e isso fez com que no
final de 97 retornasse a Benjamin, mas, dessa vez, em sua bagagem cultural,
trazia algo diferente que marcaria a historia cultural desse município.
Foi em um finalzinho de tarde, em frente a prefeitura
municipal, que na época era um prédio abandonado, que ele com uma intuição de
treino, passou a fazer alguns movimentos quando alguns curiosos chegaram
perguntando o que era aquilo e se poderiam aprender. Deu –se ai, o inicio da
capoeira em Benjamin Constant. Os primeiros alunos foram: Buneco, Dandãe,
Doutor, Noite, Dó, Orelha, Vento, Quebrado e Uziel.
Um ano depois, com o trabalho mais solidificado
organizou e realizou o primeiro batizado de capoeira desse município, a partir
daí outros batizados vieram e junto com eles outros eventos capoeiristicos
como; Ginga Bc, Roda Feminina de capoeira, abertura em jogos e eventos públicos
em Benjamin e outros municípios como
Tabatinga, Atalaia e Letícia na Colômbia.
É o pioneiro em implantar e desenvolver trabalhos
solidários em escolas, através de projetos de capoeira dando oportunidades de
iniciação a diversos jovens e crianças a terem acesso a arte marcial
brasileira.
Nesse trajeto, ele desenvolveu aulas de capoeira no
PETI E PROJOVEM, locais esse de maior identidade e referencia da capoeira nesse
município. Atualmente, devido a implicações e intervenções políticas não faz
mais esse trabalho nesses dois locais.
Mas, seus trabalhos de voluntariado em escolas,
trouxeram para o município um legado muito importante, pois através dele,
muitas crianças e jovens e até adultos a escrevem uma página positiva em suas
vidas. As primeiras escolas que receberam os projetos foram: Raimundo Cunha,
Graziela, Olavo Bilac. Atualmente o projeto é realizado na escola Cesbi e Sofia
Barbosa e Imaculada Conceição.
Além disso, o
município passou a ter um fortalecimento maior como cidade cultural do lato
Solimões. A praça Frei Ludovico, aos sábados é o ponto de encontro de vários
jovens e crianças, é o espaço cultural da capoeira benjaminense. Todos os
sábados, é realizado a roda de capoeira do grupo Quilombo. Foi o primeiro professor de capoeira a ser
formado nesse município (2004). Realizou o primeiro torneio estudantil de
capoeira em 2003 e o primeiro evento intitulado de GINGA BC.
Muito antes de ser professor de capoeira, exerceu o
papel de pintor publicitário, deixando suas marcas em diversos muros e fachadas
de lojas até mesmo na capital, além de produzir alguns quadros. Chegou a
participar da primeira semana de artes plásticas na praça Frei Ludovico e
auxiliou o Sr. Gutemberg Afonso na pintura das fachadas do palco da JUNPOP.
Ivan Freitas também foi músico, fez parte do grupo
Sensasamba, e escreveu algumas musicas, chegando até mesmo, de forma artesanal
a produzir um cd. Nessa banda em parceria com Nará, Cleverton, Vanderlei e
outros, realizaram diversas apresentações em eventos culturais como o carnaval
e outros.
Ainda na área artística ele junto com seus amigos
Cleiton Ferreira e Claudir Barbosa protagonizou o primeira longa metragem da
historia da cinematografia do Município de Benjamin Constant, com o filme
Cley-max / O protetor, chegando a participar de um dos maiores eventos do
gênero em Manaus. Além desse, quando lecionava Lingua portuguesa na Escola
Raimundo Cunha incentivou e produziu alguns curtas metragens como: O curupira;
Naiá a India guerreira e outros. Com seu parceiro Claudir Barbosa e seus alunos
de capoeira produziram o curta Aidê –a Vingança da beija flor. Criou e realizou
com seu amigos – professores, o FESCAN – Festival Estudantil da Canção. O qual
teve apenas duas edições.
Tratando-se de questões políticas, Ivan Freitas
se candidatou ao cargo de vereador nas
eleições de 2008 tendo o índice de 117 votos. Decepcionado, abandonou a carreira
política.
Ivan Freitas e sua esposa Alessandra Vieira da Silva
teem um casal de filhos Íris Silva do Nascimento com 13 anos e Ieslei Silva do
Nascimento com 10 anos de idade. Atualmente ele leciona educação física nas
escolas Graziela e Imaculada Conceição e divide seu tempo entre ministrar suas
aulas, projetos e além da capoeira, também é praticante de jiu jitsu.
RESUMO
NOME: Ivan Freitas do Nascimento
DATA DE NASCIMENTO: 04/12/1971
NOME DO PAI: Francisco Alves do Nascimento
NOME DA MÃE: Antonia Dias de Freitas
ESPOSA: Alessandra Vieira da Silva
FILHOS: Íris Silva do Nascimento -13 anos / Ieslei
Silva Do Nascimento – 10 anos
NOME DE RODA: Girafa
PADRINHO: Mestre Xexéu
PRIMEIRO PROFESSOR: Mestre Tigre
LOCAL DE TREINAMENTO: Manaus
SEGUNDO MESTRE PROFESSOR: MESTRE XEXEU
PRIMEIRO GRUPO: Arte Baiana
SEGUNDO GRUPO: Associação Palmares de Capoeira
TERCEIRO GRUPO: Quilombo
PROFESSORES QUE CONTRIBUIRAM NA APRENDIZAGEM: Prof ª.
Deusa, Mestre Chaguinha.
DATA DE FORMAÇÃO COMO PROFESSOR: 20 de Novembro de
2004
MESTRE RESPONSÁVEL: Mestre Xexéu
FORMAÇÃO PROFISSIONAL: Nível Superior Formado em Normal Superior e Educação Física–
Professor da Rede Municipal de Ensino
INICIAÇÃO NA CAPOEIRA: desde os 19 anos começou a
praticar através de livros e após uma ida à Manaus conheceu a capoeira da forma
como ela é, em uma roda na praça do relógio. Iniciou sua minha prática
sistematizada com o Mestre Tigre. Após receber sua primeira graduação ingressou
na academia de MESTRE XEXÉU, ao qual representa até aos tempos atuais o grupo
Quilombo em B. Constant.
·
Fundou o primeiro grupo de capoeira de Benjamin
Constant.
·
Realizou o primeiro batizado de capoeira de
Benjamin Constant e o primeiro torneio estudantil de capoeira.
·
Lançou e desenvolveu nas escolas Municipais o
PROJETO CAPOEIRA QUILOMBO, envolvendo adolescentes e crianças a iniciação a
prática da capoeira.
·
Realizou em Maio de 2005 a Primeira roda
feminina de capoeira de Benjamin Constant.
·
Realizou com seus alunos diversas apresentações
em eventos culturais do município.
·
Realizou diversas apresentações de capoeira em
Tabatinga, Leticia, Atalaia do Norte, Presidente Figueiredo, Manacapuru.
·
Apresentações em eventos folclóricos.
·
Contribuições com criações de diversas danças
folclóricas. Como: Jevaeh – Dança da Cobra Grande, dança da vitória Régia...
·
Brincou e dirigiu danças como: O cangaço, Dança
do café, Dança do Gambá, quadrilhas; Caranbodó, empreguetes, quadrilha da copa
e outros.
·
LOCAIS ONDE HOUVERAM TREINAMENTOS DE CAPOEIRA EM B. CONSTANT: antiga
Prefeitura, Piracema, Selva Tropical, antiga xérox, Escola Graziela, Escola
Olavo Bilac, Raimundo Cunha, , campus avançado.
·
Atualmente: Escolas Cesbi, Sofia Barbosa, Imaculada
Conceição, Irmã Lua